1. Encontro as cegas


    Fecha: 25/10/2018, Categorías: Fetichismo Anal Autor: crazyfuckerPT, Fuente: xHamster

    ... Tento impressioná-la.– Essencialmente, por duas razões. Primeiro, a vontade muito humana que toda a gente tem de ser Deus. Passamos a vida a sentir que não temos verdadeiramente o controle sobre nada. Então, criamos pequenos projectos que nos dêem a ilusão de que, às vezes, somos capazes de mexer os cordelinhos. Dá-nos uma sensação de poder.– Nós somos as marionetas deles…– Exacto. A segunda razão é que estão felizes e acham que o seu modelo de vida é que está certo. Olham para nós e não conseguem acreditar que estamos bem assim. Recusam-se a admitir que há estilos de vida alternativos...– Alternativos? Tipo quê?– Tipo nós. Estar sozinho não significa automaticamente sentirmo-nos sós.– Acertaste em cheio. Falando por mim, nunca estive tão bem…– Houve um poeta que disse que "às vezes vale mais só do que bem acompanhado".Lena ri-se outra vez. O tempo corre e cada minuto parece acrescentar-me um novo motivo de interesse em relação a ela.Passamos a noite a conversar como se nos conhecêssemos há muitos anos. Fico a saber que tem um curso de psicologia mas que abandonou essa prática para se tornar agente imobiliária, que considera a sua verdadeira vocação. Adora entrar na casa das outras pessoas, observar os seus objectos, perscrutar nos seus segredos… É uma forma discreta e funcional de alimentar um fetiche voyeurístico que sente desde muito nova, quando espiava a mãe a fazer amor com os namorados. Segundo conta, lá em casa era tudo muito “liberal”.Neste ponto da conversa, eu ...
    ... próprio sinto a minha costela voyeur (assim como outras partes do corpo mais externas e invasivas) a dar sinal. Experimento uma necessidade absoluta de saber mais coisas sobre esta mulher. E tenho a sensação de que o sentimento é recíproco.Quando chega a hora de nos despedirmos, percebemos que nenhum de nós tem vontade de o fazer.Lena rabisca algo num cartão e entrega-mo. Brinca:– Não te levo para casa porque não te conheço de lado nenhum. Mas se quiseres falar comigo, eu trabalho num call center para corações solitários.Leio o que ela escreveu no cartão: Sargent Pepper, e um número de telefone.Percebo a piada. Lena dá-me um beijo no canto da boca (propositado ou um erro de cálculo na aproximação das bocas?) e afasta-se. Sobe a rua e espero para ver se, antes de dobrar a esquina, ela se vira para trás. Não vira.Apanho um táxi e 20 minutos depois estou em casa. Ligo-lhe imediatamente porque não posso esperar mais. Convido-a para a receita tradicional dos dates americanos: dinner and a movie.– Amanhã parece-te bem?Tenho subitamente uma pressa de viver que há muito não sentia. No entanto, para minha surpresa, ela hesita:– Humm… Não sei. “Amanhã…”?– Estou a ir muito depressa?– Estás a ir muito… devagar.Fico baralhado.– Como assim…?– Convidas-me para um programa “amanhã” quando há uma noite inteira à nossa frente…? Não me pareces muito empenhado em estar comigo.Não percebo se está a gozar comigo ou se apenas me quer desorientar. Seja o que for, está a ser bem sucedida.– Quero estar ...
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